quarta-feira, 9 de março de 2011

Só mais um dia

Fecho meus olhos. Sinto-me só. Elevo meus joelhos a cabeça. Começo a pensa. Sinto-me sufocado. Dos meus olhos escorrem lágrimas de desespero, solidão e revolta. O sono me domina. Deito no chão gelado. Não para de chover. Sinto frio. Fico assustado, mas não consigo acordar. Estou preso em meu próprio sonho. Começo a suar. Acordo assustado. Os raios de sol iluminam meu rosto escuro. Enxugo o suor. Lavo meu rosto. Tomo meu café da manhã. Assisto minha série de TV favorita. Fecho os olhos para refletir. Dou-me conta de que é só mais um dia. Vou para o quarto. Preciso de uma compreensão. Elevo minhas mãos até a cabeça. Desabafo escrevendo num pequeno pedaço de papel. A tensão começa. Alguém sabe me dizer o que está acontecendo? – Eu penso. Continuo a escrever. Mas me parece que o que estou escrevendo está sem realidade. Busco transmitir a verdade. Porém, sei que em minha volta tudo é tão falso. Respiro fundo. Paro de escrever. Fecho meus olhos. Isso não adianta. Me vejo em um labirinto tomado de emoções, confusões e sentimentos. Vou até a janela. Meu rosto é tomado por uma brisa. Solto um sorriso espontâneo. Vou me deitar. Fecho os olhos com o mesmo sorriso de antes. Meus sonhos começam a me dar vontade de viver. Acordo. Está tudo diferente. Continuo feliz. Pego o pequeno pedaço de papel de ontem. Começo a ler-lo. Uma palavra se destaca. A palavra é “felicidade”. Estou empolgado. Escrevo um bilhete. Deixo-o na mesa da sala...




quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Doce maçã

...Nasceu!

Acho que essa foi a palavra mais dolorosa que meus pais ouviram depois que eu nasci. É meio difícil de acreditar, mas nasci como uma criança normal dei meus primeiros passos como um menino normal, falei minhas primeiras palavras como um menino normal e brincava como um menino normal.

Foi no meu aniversário de sete anos com todos os meus amigos da escola e parentes, que meus pais começaram a perceber que eu tinha alguma coisa de diferente das outras pessoas, mas se levaram pela hipótese de que não tinha nada de errado. Cheguei aos meus 16 anos com esse problema sem tratamento, os colegas da escola me chamavam de maluco por ficar no meu canto e falando sozinho. Foi aí que meus pais deram conta que eu era especial, mas eles não aceitavam muito essa história de eu ser “especial”. Os sintomas ficaram mais fortes, a tal ponto de eu falar com tudo a minha frente, então meus pais resolveram me levar no psicólogo. Era estranho eu conversar e desabafar com uma pessoa que eu nunca havia visto na vida, me senti sufocado, mas consegui sobreviver a primeira visita.

No dia seguinte, levantei da cama muito agitado, desci as escadas e notei que havia três maçãs sobre a mesa, resolvi pegar uma para experimentar, dei a primeira mordida e percebi o quão doce era, de repente toda aquela agitação que havia ido embora. Então, por onde eu andava sempre me lembrava daquela maçã. Quando levei uma maçã pra escola, os colegas me “zoavam” por eu estar levando uma fruta pra escola, mas era o que me acalmava e me fazia bem. Nesse mesmo dia uma menina se aproximou de mim e começamos a conversar – eu me sentia tão calmo conversando com ela. Conversávamos todas as manhãs, estudamos juntos por três anos, nos formamos juntos, entramos pra faculdade, noivamos e finalmente nos casamos. E na nossa vida de casado, ela sempre me acalma com sua doce voz e com uma doce maçã.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Afundando

Sozinho em meus pensamentos começo a afundar, não sei bem o que estou fazendo e nem o que eu quero pelo certo, só queria em quem confiar e poder desabafar, mas acho que ninguém me entende nem eu mesmo me entendo. Afundo-me mais e mais em meus pensamentos tentando achar um meio ou achar algumas desculpas que tampe alguns pensamentos indesejáveis, talvez consiga, mas é como dizem: “não se tampa o sol com a peneira.” Acho que estou me afogando nesse rio sem fundo, fico desesperado, preciso de uma ajuda, mas meus pés e braços estão presos por antigas magoas. O melhor a se fazer é esperar por um socorro rápido, alguém que me ajude a não me afogar em meus próprios pensamentos.